domingo, 29 de agosto de 2010

Escancarado :.

Ele vem vindo... entra sorrateiramente e sem pedir licença. Não sei, ao certo, o que quer... mas algo ele quer... e vem, e sem pedir, sem saber se pode, vem. Por entre as frestas entra, escorrega para dentro da sala, e permanece.
Permanece imóvel, sem vida, frio e escorregadio. Não o vejo, o sinto; o que é pior...
Penso em sair, não posso, e não consigo.
O furor é inebriante e a sensação claustrofóbia. O silvo é ensurdecedor e o ranger esmagador. Ele permanece, a tortura é indescritível. Não sei se gosto, sei que sinto o arrepio.
Silencioso; Negro; Gélido e sem vida, ele permanece estático, depois de ter entrado, a meu lado, pedindo passagem, fica, espera o momento...
... o silvo da morte!

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Você vai? :.

Ela me pediu como poderia tudo o que eu disse ser verdade e acontecer?...

Eu disse, - não sei... E só há uma maneira de sabermos. Você quer? Eu quero!

Sim, eu quero. - disse ela.

Então vamos, - eu disse.

E fomos... acho que não voltaremos mais...

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Sem medo... cair... :.

O silêncio que impera... nada que não possa ser quebrado e feito em frangalhos...
Um reinado curto e sem nada mais que a lembrança, silenciosa e opaca... quebradiça e sem cor...
a cor do crime... sem vida, não vida suficiente para a morte...
ele é fraco... como a sombra... como a folha... nada que o vento, e seu silvo, não derrube...

Alice. Que a morte nos seja pouco...

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pequenos e tolos... sem nexo... :.

Se tudo aquilo que somos se baseia intimamente somente àquilo que gostaríamos ser, de que adiantaria a vida? Para que serviria a existência...
Só não sabemos mais por que não queremos, ou talvez por que não podemos... as incertezas podem ser maiores que as vitórias calorosas das descobertas, mas nunca serão arrebatadoras quanto as certezas de poder sempre mais... de querer sempre mais... o mundo fica pequenos demais frente à nossa astúcia...

pequeno demais...

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